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A Iniciativa Brasileira de Reprodutibilidade foi um projeto de pesquisa que buscou estimar a reprodutibilidade da ciência biomédica brasileira.

Como os experimentos  foram selecionados?

Uma revisão sistemática inicialmente identificou os métodos de laboratório mais frequentemente usados por pesquisadores no Brasil, e a partir dessa lista buscamos laboratórios que poderiam realizá-los no nosso projeto. Os métodos mais comuns identificados foram o ensaio de MTT, que avalia viabilidade celular, o PCR, que avalia expressão gênica, e o labirinto elevado em cruz, que avalia comportamento em ratos e camundongos. Uma amostra da literatura foi então selecionada aleatoriamente, e passando por critérios de inclusão, chegamos a 20 experimentos com cada uma das técnicas sendo selecionados.

Como as replicações foram realizadas?
Como saber se um resultado foi replicado com sucesso?

Cada experimento foi designado para 3 laboratórios diferentes replicarem, e conseguimos completar 143 replicações de 56 experimentos. Desses, 3 experimentos foram feitos por apenas 1 laboratório, 19 foram feitos por 2 laboratórios e 34 puderam ser completados pelos 3 laboratórios como previsto. Cada replicação foi desenhada a partir dos métodos do artigo original, mas cada laboratório pode adaptar o protocolo de forma independente um do outro.

Sucesso na replicação pode ser entendido de muitas formas diferentes. Nós usamos 5 critérios: efeito original dentro do intervalo de predição de 95% de uma meta-análise das replicações, efeito de uma meta-análise das replicações dentro do intervalo de confiança de 95% do resultado original, resultado de uma meta-análise das replicações significativo e na mesma direção do original, metade das replicações individuais com resultados significativos e na mesma direção que o original e, por fim, uma avaliação subjetiva feita pelos próprios laboratórios replicadores.

Por que o foco em artigos brasileiros?

Porque saber o quão reprodutível é a pesquisa que o país tem produzido é fundamental para o aprimoramento de nossa ciência. Como esse tipo de levantamento não costuma ser feito pelas agências de fomento, acreditamos que a própria comunidade científica deveria encarar esta tarefa como um desafio coletivo.
​Nós conduzimos o primeiro estudo sistemático de reprodutibilidade científica a nível nacional de que temos notícia no mundo. Estes dados nos permitem refletir sobre nossas práticas individuais e coletivas, ajudando a colocar o Brasil na vanguarda do desenvolvimento de uma ciência mais confiável a nível mundial.

Saiba mais sobre o projeto pelas nossas publicações:

Science Forum: The Brazilian Reproducibility Initiative (2019)
https://doi.org/10.7554/eLife.41602

Two years into the Brazilian Reproducibility Initiative: reflections on conducting a large-scale replication of Brazilian biomedical science (2020)
https://doi.org/10.1590/0074-02760200328

Reproducibility: expect less of the scientific paper (2021)
https://doi.org/10.1038/d41586-021-02486-7

Estimating the replicability of Brazilian biomedical science (2025)
https://doi.org/10.1101/2025.04.02.645026

Science Forum: Addressing selective reporting of experiments through predefined exclusion criteria (2020)
https://doi.org/10.7554/eLife.56626

Are Most Published Research Findings False In A Continuous Universe? (2022)
https://doi.org/10.1371/journal.pone.0277935

A Iniciativa Brasileira de Reprodutibilidade foi apoiada financeiramente pelo Instituto Serrapilheira.
Outras formas de apoio foram recebidas das seguintes organizações: Rede de Pesquisadores, iBench, Exxtend, Merck e Banco de Células do Rio de Janeiro.
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